Universidade de Verão — Conservação e Restauro Métodos de diagnóstico aplicados ao estudo do património cultural |
Universidade de Aveiro 3 a 7 de Setembro, 2012 |
Em inglês
O estudo da composição elementar de uma obra de arte é o primeiro passo para reconstituir a sua história. Uma parte da história dos objectos e do modo de vida das populações está contida nos materiais à escala atómica e é esta informação que a Física vai procurar. Nos últimos anos desenvolveram-se equipamentos portáteis de raios X que permitem a análise elementar in situ, de objectos que de outra forma não seriam estudados. É possível deslocar os equipamentos aos locais de interesse como museus ou escavações, de modo a caracterizar técnicas de fabrico de objectos antigos, identificar falsificações ou restauros de obras de arte ao longo do tempo, conhecer condições ambientais e hábitos alimentares de civilizações desaparecidas, etc.
A Fluorescência de Raios X é uma das técnicas mais utilizadas e é uma ferramenta perfeita para estudar a composição elementar dessas obras, porque permite a análise da peça sem necessidade de amostragem nem de causar quaisquer danos. Permite ainda estudar objectos que não podem ser deslocados do seu local original devido ao seu peso e dimensões, ou devido ao seu valor.
A fluorescência de raios X como técnica analítica tem um princípio físico muito simples. Necessitamos de um feixe de radiação X primária para ionizar, num nível interno, os átomos constituintes da nossa amostra. Esses átomos ao regressarem ao seu estado fundamental emitem radiação, igual à diferença de energia dos níveis entre os quais se deu a transição. Esta energia é característica de cada elemento existente na amostra, permitindo-nos a sua identificação.
Serão dados exemplos de identificação e caracterização de obras de arte por esta técnica, que demonstram as potencialidades de análise elementar não destrutiva.