Será uma falsificação?
Aplicação de técnicas científicas à autentificação de objectos museológicos

Em inglês

As colecções de museu resultam da acumulação de objectos ao longo do tempo e de colecções pessoais, tais como os gabinetes de curiosidade. Deste modo, os acervos contêm objectos heteróclitos cujo contexto arqueológico de descoberta ou cuja origem não são especificados e para os quais os arquivos sobre a sua aquisição são inexistentes.

Por outro lado, o desejo de possuir objectos raros, únicos e excepcionais, motivou desde sempre a existência de uma indústria clandestina de falsificações e cópias, que são mais ou menos difíceis de identificar e de classificar. Por esta razão, alguns dos objectos que entraram pouco a pouco nas colecções de museus são meras cópias, outros são invenções e pastiches, e outros ainda são falsificações de melhor ou de pior qualidade. Ainda outros objectos, apesar de no inicio serem genuínos, foram no entanto submetidos no passado a restauros mais ou menos engenhosos e indeterminados ou ainda a modificações mais ou menos complexas.

A autentificação de objectos do património cultural necessita de um conhecimento básico sobre as tecnologias de fabricação utilizadas pelas antigas civilizações na produção dos seus objectos e sobre as fontes de matéria-prima exploradas ao longo dos séculos. Além destas questões, é ainda necessário tomar em consideração o envelhecimento dos materiais em diferentes tipos de ambiente, de modo a poder diferenciar os processos artificiais dos processos naturais.

Os métodos científicos aplicados no domínio do património cultural fornecem informações primordiais no caso da autentificação, pois permitem obter dados sobre a morfologia e a composição dos objectos. No entanto, as técnicas analíticas utilizadas neste campo de investigação devem possuir certas características particulares. Essas técnicas devem por vezes ser não destrutivas e móveis para efectuar análises in-situ. Por outro lado, é muitas vezes necessário associar técnicas de exame a técnicas de análise e associar técnicas de análise elementar, isotópica e estrutural a técnicas de datação, etc.

A finalidade desta palestra é a de dar uma visão geral das possibilidades e dos limites dos métodos científicos no domínio da autentificação de objectos realizados em diferentes materiais inorgânicos: metais, pedras; cerâmicas, etc. Mostraremos, através de exemplos, como identificar tecnologias e matérias-primas empregues na fabricação de objectos antigos e modernos. Estes exemplos mostrarão a importância da combinação de resultados obtidos por diferentes técnicas científicas com estudos de iconografia, estilo, data e período, de modo a verificar se um objecto é autêntico ou uma invenção moderna.

Será uma falsificação?Aplicação de técnicas científicas à autentificação de objectos museológicos

Será uma falsificação?
Aplicação de técnicas científicas à autentificação de objectos museológicos